O vídeo em que um médico do Pronto-Atendimento Rubens Noal, bairro Tancredo Neves, supostamente aparece fazendo palavras cruzadas em horário de expediente repercutiu nas redes sociais, levando o profissional a ser afastado de suas funções na manhã desta quinta-feira. O médico conversou com o Diário e disse se sentir injustiçado com a decisão.
Luiz Osório de Quadros, 69 anos, é médico há mais de quatro décadas, e afirma que o vídeo, que tem mais de 6,6 mil compartilhamentos na internet, provocou um grande estrago em sua vida pessoal.
O médico afirma ter atendido mais de 40 fichas na manhã de segunda-feira, dia da gravação. Segundo Quadros, ele estava em horário de intervalo, das 12h às 13h, quando o vídeo foi feito. Conforme a publicação, o vídeo foi realizado às 12h18min.
_Estou me sentindo injustiçado e muito magoado. Tenho família. Minha irmã me ligou de Curitiba para perguntar o que estava acontecendo, pois ela viu o vídeo_ lamenta o médico.
O médico afirma que vai processar todos envolvidos no que ele acredita ser uma injustiça, já que sua imagem pessoal e profissional foi denegrida nas imagens que repercutiram nesta semana.
_Eu estava atendendo desde cedo e parei para fazer um lanche. Eu não estava fazendo cruzadas. Uma menina não pode simplesmente chegar e acusar alguém, como ela fez_ relata.
A dona de casa que fez o vídeo, Helen Cristiane Bairros, 28 anos, afirma que aguardava desde às 8h para uma consulta. Conforme ela, havia cerca de 35 fichas para serem atendidas.
_Ele alega que estava no intervalo, mas em quatro horas (o médico trabalhava desde às 7h) não atendeu_ relata.
Segundo ela, o médico atendia apenas os idosos, e as fichas normais eram deixadas de lado. O médico rebate, e afirma que atendia os idosos por serem fichas preferenciais nos atendimentos.
O profissional afastado é contratado por uma empresa terceirizadas pela prefeitura para prestação dos serviços médicos. A secretária de Saúde, Vania Olivo, argumenta que o prefeito Cezar Schirmer pediu uma sindicância para apurar os fatos e que o médico seria substituído por outro profissional. Os atendimentos no Posto de Saúde não serão prejudicados.
O diretor da Protege, Zoé Dalmora, empresa que presta os serviços, afirma que atendeu o pedido do município, mas é contrário a postura.
_Vamos lembrar que o médico é um ser humano, e, assim como todos, tem o direito de almoçar.